O Contexto de "Uma Rentrée Pouco Promissora" por Victor Ângelo
No texto "Uma Rentrée Pouco Promissora", hoje publicado no Diário de Notícias (29/08/2025), Victor Ângelo oferece uma perspetiva sombria e crítica sobre o cenário político e internacional. O autor compara o panorama do ano anterior, que já considerava "inquietante", com o atual, que agora descreve com uma falta quase total de esperança.
Tópicos Principais e Argumentos
O autor estrutura a sua análise em vários pontos centrais:
Ameaças Globais e a Vitó́ria de Trump: O texto inicia com uma reflexão sobre as preocupações de 2024, nomeadamente a intensificação de conflitos e as eleições presidenciais nos EUA. O autor aponta a vitória de Donald Trump como um fator crucial que agravou as tensões, reforçando regimes autoritários e ideias ultrarreacionárias em todo o mundo. A sua inquietação inicial, que ainda continha alguma esperança, esvaiu-se quase por completo.
O Declínio da Governação Democrática: Ângelo lamenta a prevalência do abuso de poder, a aposta em soluções militares em detrimento da diplomacia e o desprezo pela lei internacional e pelos países mais fracos. Estes traços, na sua opinião, estão a marcar o presente e a escurecer o futuro da comunidade de nações que valoriza a democracia.
A Corrida pela Inteligência Artificial (IA): O autor introduz a competição acelerada entre superpotências — especialmente EUA e China — pelo domínio da IA. Ele argumenta que esta corrida tecnológica é um novo pilar das rivalidades globais, com altos riscos de conflito, dado que a supremacia na IA se traduz em superioridade económica, militar e geopolítica.
A IA como Pilar da Defesa Moderna: Usando o exemplo da Ucrânia, Ângelo ilustra como a tecnologia digital e a IA se tornaram fundamentais para a soberania e a defesa nacional. Ele menciona o uso de informações de alta precisão, sistemas de satélites como o Starlink e a proteção contra ataques cibernéticos, concluindo que a força militar de um país está agora diretamente ligada à sua capacidade de usar a IA.
Proposta de Investimento em Defesa: Face à necessidade de aprofundar os investimentos em defesa, o autor sugere que uma grande parte dos fundos alocados pelos países da Aliança Atlântica seja investida na revolução digital e na formação de quadros em cibernética e indústrias de IA. Esta estratégia, defende ele, seria duplamente benéfica, servindo tanto para o progresso civil como para a defesa dos valores ocidentais.
A Irrelevância das Nações Unidas: O texto critica a crescente irrelevância das Nações Unidas, que se encontra sem recursos e quase sem capacidade de intervenção, apesar do número de conflitos ativos ser o mais elevado desde 1945. Ângelo responsabiliza os EUA e a China por não honrarem as suas contribuições, o que estrangula financeiramente a organização e a afasta da sua missão principal de promover a paz e a segurança.
A Rentrée com Putin e Líderes Europeus: Por fim, o autor sublinha a falta de "espinha dorsal" dos líderes europeus na sua interação com Donald Trump. Ângelo menciona o encontro entre Trump e Vladimir Putin no Alasca, bem como a reunião de Trump com líderes europeus. Ele descreve esses eventos como inconcebíveis, em que Putin usou Trump para ganhar tempo na guerra contra a Ucrânia e os líderes europeus se contentaram com a "ilusão" de uma reunião de paz. Para o autor, estes episódios marcam uma rentrée sem sinais animadores.
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